Nobel de Literatura: Olga Tokarczuk e Peter Handke

Foto de Olga Tokarczuk e Peter Handke - ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura de 2018 e 2019
Olga Tokarczuk e Peter Handke vencem o Prêmio Nobel de Literatura de 2018 e 2019

Dois vencedores do Prêmio Nobel de Literatura foram nomeados – um para 2019 e outro para 2018 – porque o mesmo não foi concedido no ano passado. A Academia Sueca, que supervisiona o prestigiado prêmio suspendeu-o em 2018 após um escândalo de agressão sexual.

Tokarczuk, que também ganhou o Prêmio Internacional Man Booker no ano passado, recebeu o Prêmio Nobel de 2018. Já o Nobel de 2019 foi para Handke.

Ambos os premiados concordaram em receber seus prêmios este ano sendo que cada um receberá 9 milhões de coroas suecas ou, aproximadamente, R$ 3.770.000, além de medalha e diploma.

O Prêmio Nobel de 2018 foi adiado em um ano após uma crise na academia desencadeada por acusações contra Jean-Claude Arnault, marido de Katarina Frostenson, membro da Academia. Ele foi condenado a dois anos de prisão em outubro depois de ser condenado por estupro.

Frostenson deixou o cargo e os eventos também levaram a alegações de conflito de interesses e vazamento dos nomes dos vencedores do Nobel. Tudo resultou em uma “menor confiança do público na Academia”, de acordo com o órgão de premiação.

Medalha entregue aos vencedores do Nobel de Literatura
Olga Tokarczuk e Peter Handke vencem o Prêmio Nobel de Literatura de 2018 e 2019

Nobel de Literatura 2019: Peter Handke

Peter Handke, dramaturgo, romancista e poeta austríaco de 76 anos foi reconhecido por “um trabalho influente que, com engenhosidade linguística, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana”, afirmou a academia em comunicado.

É creditado como um dos escritores mais instigantes da língua alemã sendo que entrou na cena literária na década de 1960 e “por algumas décadas foi um dos escritores mais influentes da ficção contemporânea”, disseram os juízes do Nobel.

No entanto, ele tem sido uma figura altamente controversa por seu apoio aos sérvios durante a guerra iugoslava da década de 90 e por ter falado no funeral do ex-líder sérvio Solobodan Milosevic, acusado de genocídio e outros crimes de guerra, em 2016.

Em 2014, Peter Handke chegou a pedir a abolição do Prêmio Nobel de Literatura dizendo que traz ao vencedor uma “canonização falsa”, juntamente com “um momento de atenção e seis páginas no jornal”.

Nobel de Literatura 2018: Olga Tokarczuk

Olga Tokarczuk, 57 anos, é considerada a principal romancista polonesa de sua geração e foi recompensada “por uma imaginação narrativa que, com paixão enciclopédica, representa o cruzamento de fronteiras como uma forma de vida”.

“Ela é uma escritora preocupada com a vida local, mas ao mesmo tempo inspirada em mapas e pensamentos especulativos, olhando a vida de cima”, disseram os juízes. Seu trabalho “centra-se na migração e nas transições culturais” e “é cheio de inteligência e astúcia”, acrescentaram.

No ano passado, ela ganhou o Prêmio Internacional Man Booker pelo livro “Bieguni”, mais de uma década depois de ter sido publicado originalmente na Polônia. O livro foi lançado no Brasil em 2014 com o nome de “Os Vagantes”.

Olga Tokarczuk também co-escreveu o roteiro do filme de crime Spoor, que foi a entrada do país com a indicação para melhor filme em língua estrangeira no Oscar de 2018.

Ativista política que não se esquiva de criticar o governo de direita da Polônia, ela se tornou a 15ª vencedora do Prêmio Nobel de 116 dos laureados com literatura.